Figueira Mata Pau
Ficus americana
Família: Moraceae
Forma biológica: as árvores adultas são grandes, comumente atingem de 15 m a 30 m de altura e podem crescer, incialmente, sobre troncos caídos semi-apodrecidos e pedras, ou como epífitas, cujas raízes estrangulam a outra árvore.
Tronco: frequentemente tortuoso, podendo ser encontrados indivíduos de porte reto e cilíndrico. Fuste geralmente curto, com 4 a 8 m de comprimento, atingindo no máximo, 12 m.
Ramificação: é dicotômica. A copa é larga, com galhos também largos e grossos.
Casca: Sua casca é espessa e dura e possui folhas ovais, de bordas lisas e verde-escuras, glabras na face superior e com minúsculos pêlos na face inferior.
Folhas: são elípticas, lanceoladas a oblongas, de nervação broquidódroma. Apresentam de 6 a 8 pares de nervuras secundárias. A face adaxial é glabra ou pubérula, principalmente nas nervuras. A face abaxial também é glabra ou mais frequentemente pubescente. O ápice é agudo a obtuso e acuminado. A base é aguda, obtusa ou truncada. são alternas, usualmente providas de látex. Nas extremidades dos galhos ocorrem estípulas.
Flores: são diminutas, unissexuais, reunidas em inflorescências especiais denominadas sicónios, que consistem em um receptáculo fechado, com as flores inseridas no lado de dentro, e um orifício de saída no ápice, ou ostíolo. A expressão sicónio tem origem no nome de figo em grego (sykon).
Fruto: são aquênios que amadurecem dentro do próprio sicónio, formando, por consequência, uma infrutescência.
Vetor de polinização: essencialmente vespas (MORELLATO, 1991). Uma pequena vespa realiza a polinização, quando põe seus ovos dentro das flores.
abelha-irapuá ou abelha-arapuá (Trigona spinipes) (Pirani & Cortopassi-Laurino).
Dispersão de frutos e sementes: parte dos figos (com sementes) é ingerida pela avifauna (tucanos, sabiás, bem-te-vis, maritacas e periquitos), por morcegos (Artibeus lituratus) (COSTA; PERACCHI, 1996); por símios (macacos-prego) e por outros mamíferos, como tatus, gambás e ouriços. Depois, as sementes são excretadas e disseminadas por toda parte (CARAUTA; DIAZ, 2002).
Produção de Mudas
Semeadura a produção de mudas da figueira, via sementes, comumente fracassa, seja pela ausência de sementes viáveis nos frutos seja pela dificuldade do manuseio das sementes, que são muito pequenas.
Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar. A emergência tem início de 10 a 35 dias após a semeadura, sendo a taxa de germinação geralmente baixa.
Propagação vegetativa: normalmente, as espécies do gênero Fícus são propagadas com facilidade, por estacas de caule, sendo necessário desenvolver métodos apropriados para as figueiras nativas. Carpanezzi et al. (1997) deduziram que o enraizamento das estacas de figueira-brava é promissor no substrato contendo vermiculita + areia (1:1), sendo independente da concentração de AIB. Na ausência de AIB, o enraizamento médio foi de 73,75% e para 5.000 ppm de AIB o valor decresceu para 61,25%.