Pesquisadores da França e Brasil vem ao Guandu conhecer danos da tragédia da Samarco
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Um grupo de pesquisadores de universidades francesas e de universidades do Brasil esteve ontem à tarde (01/10) no gabinete do prefeito Neto Barros, onde num encontro com mais de duas horas de duração receberam uma série de informações sobre a maior tragédia ambiental brasileira – o rompimento da barragem de Mariana, em 2015, de responsabilidade da Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP Billiton.
Este grupo de pesquisadores faz parte do “Colóquio Franco-Brasileiro Sobre Riscos e Desastres”, que realizou anteontem à noite (30/09) na Universidade de Vila Velha (UVV), um grande encontro de debates sobre riscos e situações de desastres.
Ontem estes pesquisadores fizeram questão de visitar Baixo Guandu, conhecendo de perto toda a problemática que envolve a cidade desde 2015, com o desastre ambiental da Samarco, que mudou o destino de centenas de famílias e impactou a vida de todos os guanduenses.
No encontro ocorrido no gabinete, o prefeito Neto Barros fez questão de frisar que os guanduenses foram integralmente prejudicados pelo desastre ambiental e que continua lutando para que todos sejam devidamente ressarcidos.
Neto Barros fez um relato detalhado aos pesquisadores, de todo o impacto que Baixo Guandu sofreu com a tragédia da Samarco, utilizando inclusive uma foto gigante existente no gabinete para mostrar o quanto a cidade mudou sua rotina econômica e social, com prejuízos enormes para toda a comunidade.
Do encontro, além dos pesquisadores e secretários municipais, participaram representantes de atingidos como pescadores, empreendedores, artesãos e areeiros, muitos deles até hoje não reconhecidos como impactados pela Fundação Renova e atravessando situação financeira de grandes dificuldades.
O relato do pescador Juvenal, de Mascarenhas, dá conta de que o pescado diminuiu drasticamente desde 2015 e que esporadicamente há uma grande mortandade de peixes, que aparecem boiando nas águas do rio Doce.
“Aqui a gente chegava a pescar 3 quilos de lagosta por dia e hoje em uma semana muitas vezes não conseguimos nem um quilo”, relatou Juvenal.
Outro impactado foi o comerciante de pescados Daniel, que tinha uma pequena empresa de distribuição de peixes do rio Doce em toda a região, mas teve a atividade interrompida em 2015 e desde então passa por graves necessidades, porque não foi até hoje reconhecido como impactado pela tragédia.
Mas outras atividades que garantiam o sustento de famílias de Baixo Guandu também não foram reconhecidas como impactadas. É o caso dos artesãos que usavam a matéria prima vinda do rio Doce para o seu trabalho e os retiradores de areia para a construção civil. Os artesãos foram representados no encontro por Lucilene Angélica Soares Boskyvisky, a Preta.
Para tentar ser reconhecidos como impactados, estes profissionais se reuniram em torno do Movimento dos Atingidos pela Barragem (MAB), que luta para serem incluídos no processo indenizatório da Fundação Renova.
O prefeito Neto Barros apoia todos os movimentos reivindicatórios e no encontro de ontem, no gabinete, lembrou que Baixo Guandu foi a primeira cidade a denunciar a gravidade da tragédia ambiental da Samarco, ao realizar através do SAAE análises rio acima, da água barrenta que estava chegando em Baixo Guandu.
“Esta água no rio Doce estava contaminada por metais pesados e conseguimos a duras penas mudar a captação para o rio Guandu, para garantir o abastecimento à população. A partir da constatação da grave contaminação do rio Doce, o país e o mundo abriram os olhos para aquela que seria a maior tragédia ambiental da história do Brasil”, falou o prefeito Neto Barros.
Os pesquisadores (das Universidades do Rio de Janeiro, Universidade de Vila Velha, UERJ e Unesc, além dos dois sociólogos franceses professores da Universidade de Paris) foram muito proativos durante o encontro, querendo saber detalhes dos impactos da tragédia da Samarco.
Para o prefeito Neto Barros, o Brasil e o mundo se voltam ao desastre ambiental da Samarco em função da gravidade de tudo que cerca o rompimento da barragem e a consequente tragédia.
“Baixo Guandu e sua população foram gravemente afetados e vamos procurar sempre, o ressarcimento de tudo que perdemos com a irresponsabilidade da Samarco, da Vale e da BHP”, afirmou Neto.
Os pesquisadores franceses e brasileiros ouviram relatos sobre os prejuízos da tragedia da Samarco em Baixo Guandu
O prefeito Neto usou um quadro para mostrar aos visitantes os impactos causados na cidade
O grupo que veio a Baixo Guandu representa várias universidades do Brasil e da França
A lama chegando a Baixo Guandu em 2015: danos graves à economia e aos moradores da cidade
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