Prefeitura e Governo do Estado buscam solução para o Cine Alba
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Construído em 1956 por Henrique Kunkel e seu sobrinho Alberto Holz Neto, a casa tinha capacidade para 800 pessoas e equipamentos de projeção de última geração, importados da Itália. Por décadas, o Cine Alba recepcionou gerações de guanduenses que se acostumaram à variedade de filmes nacionais e estrangeiros, exibidos em até 5 sessões diárias.
A partir de então teve início o processo de deterioramento daquele patrimônio cultural, seja pelo pouco caso com que foi tratado pela maioria das administrações municipais ao longo do tempo, seja pela falta de recursos do Município, que não pôde arcar com sua manutenção e preservação; ou, mais grave ainda, pelo desvio de finalidade da verba recebida pelo Município, por meio de convênio com o Estado, no ano de 2009, para sua recuperação. Metade do dinheiro empregado na obra, cerca de R$ 750 mil, atualizados, apesar de atestado pela Prefeitura na gestão 2009/2012, sumiu.
Na época, o governo municipal colocou parcialmente em prática um projeto de revitalização mal elaborado que não foi terminado, mas suficiente para descaracterizar as formas originais do Cine Alba, deixando pelo caminho um patrimônio sucateado e o sumiço da metade da verba do convênio celebrado com o Estado naquela ocasião. Hoje, o Cine Alba não passa de um prédio em ruínas, que já foi alvo de dois incêndios criminosos, objetos de investigação policial.
“O Cine Alba é um patrimônio histórico dos capixabas, possivelmente do Brasil, uma das maiores salas de cinema do Estado. Depois de tanto tempo desativada, a gestão 2009/2012, por meio de convênio, fez uma obra imprestável aqui, descaracterizando a originalidade da arquitetura do prédio. Além disso, usaram apenas a metade da verba conveniada; a outra metade simplesmente sumiu, e nós teremos de devolver essa verba integralmente, já que a outra metade não teve serventia nenhuma, pelo seu mau uso”, lembra Neto Barros, prefeito de Baixo Guandu.
Subsecretário Pedro Virgolino: boa vontade da SECULT para solucionar o problema do Cine Alba
Após a inspeção, o subsecretário e sua equipe se reuniram com o prefeito Neto Barros em seu gabinete para discutir detalhes do projeto de saneamento da dívida com o Estado e a recuperação e revitalização do Cine Alba.
Perdas e danos
A partir de então, a obra foi paralisada. Em 2014, a atual gestão municipal, prestou contas do convênio junto à SECULT, devolvendo o valor remanescente não usado. O valor total do convênio é de R$ 1.940,188,28; destes, foram pagos à empresa vencedora da licitação R$ 864.241,06, segundo medições realizadas pelos técnicos da Secretaria Estadual de Cultura.
Nelcimar Siqueira: dívida da outra gestão municipal poderá inviabilizar as finanças da atual administração municipal
Texto: Guilherme Augusto Zacharias
Depoimentos
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Agora, junto ao prefeito Neto Barros e o governador Casagrande, por meio da SECULT, estamos fazendo uma nova rodada de negociações para solucionar o problema do Cine Alba. Dary Pagung
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Na década de 1980, eu frequentava o Cine Alba, que era um ponto de encontro dos jovens e famílias de Baixo Guandu. A retomada desse patrimônio será muito importante para a vida cultural da cidade. Dá tristeza em ver como está o Cine Alba hoje. Wilton Minarini Presidente da Câmara de Vereadores |
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Não basta comprar o imóvel, é preciso ter um projeto de revitalização e de ocupação daquele espaço, além de uma gestão responsável dos recursos recebidos através de convênios. O Cine Alba pode ser um espaço multiuso, abrigando várias expressões artísticas e culturais. Ele é um marco na história de Baixo Guandu, um patrimônio cultural e afetivo da comunidade que merece sair da situação lamentável em que se encontra. Jane Ribeiro Secretária Municipal de Cultura
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A ideia é revitalizar esse espaço para que possa receber eventos culturais e artísticos, além de abrigar a Secretária Municipal de Cultura. Resolvido o problema jurídico do Cine Alba, vamos colocar em prática a sua reconstrução.
Maximiliano Cândido dos Santos |
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