Renova pede 15 dias de prazo para respostas ao manifesto que parou linha férrea da Vale
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A Fundação Renova pediu, em longa reunião realizada com uma comissão dos manifestantes durante a tarde de ontem, 15 dias de prazo para responder a uma série de questionamentos sobre a situação dos atingidos pela lama da Samarco, em 2015, na maior tragédia ambiental da história do país.
O fim do protesto aconteceu num clima tenso, com a presença de um oficial de Justiça e a Policia Militar, porém sem registro de incidentes. Os manifestantes vieram de várias cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo e deixaram claro, ontem, que se em 15 dias a Fundação Renova não responder aos questionamentos entregues na reunião, novas manifestações vão ocorrer.
A pauta de reivindicações dos pescadores, no entanto, é muito mais extensa: eles reclamam, além do não pagamento do lucro cessante, da inclusão de profissionais de outras categorias, que dependiam do rio Doce para seu sustento e até hoje estão aguardando uma decisão da Fundação Renova. É o caso dos areeiros, daqueles que usavam material do rio para confecção de artesanato e vendedores de peixe, entre outros.
Os líderes do movimento deixaram a linha férrea aproximadamente às 21 horas e chegaram a fazer uma concentração em frente do escritório da Renova em Baixo Guandu, mas por volta das 22 horas começaram a retornar às suas cidades de origem. Pelo menos 800 pessoas vieram para o protesto de cidades como Governador Valadares, Resplendor, Itueta e Aimorés (MG) e de Colatina e Linhares, no Espirito Santo.
Ameaçado de processo pela Fundação Renova, o prefeito Neto Barros reiterou as críticas à demora na reparação dos danos
A Fundação enviou carta ao prefeito, datada de 4 de janeiro de 2019, ameaçando-o de processo judicial por conta de declarações feitas por Neto Barros na 33ª reunião do Comitê Interfederativo (CIF), realizada em novembro de 2018. Neto é o representante dos municípios capixabas no Comitê.
Neto Barros agradeceu, mas não marcou data para o encontro com a Fundação Renova. O prefeito lamentou a ameaça de processo a que foi vítima e reafirmou que não vai se calar diante de toda a situação envolvendo os atingidos e a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP. “Nossa luta vai continuar”, afirmou Neto Barros, que ainda na tarde de ontem recebeu uma equipe da TV Gazeta Noroeste exatamente para falar sobre a ameaça de processo da Fundação Renova. Na entrevista, ele reafirmou sua posição de contrariedade com a inércia dos responsáveis pela tragédia da Samarco em reparar a população atingida e os municípios.
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