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Associações de atingidos pela Samarco fazem amanhã reunião para avaliar ações da Fundação Renova

Diversas associações de pelo menos 12 cidades ao longo do rio Doce, estarão reunidas amanhã (01/02) em Baixo Guandu, para avaliar estratégias de cobrança junto à Fundação Renova sobre as ações de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana, ocorrido em 2015.
 
Estas mesmas associações fizeram, no dia 14 de janeiro, uma grande manifestação em Baixo Guandu, que culminou na paralisação da linha férrea da Vale durante 30 horas. A linha foi desocupada por uma liminar judicial e a Fundação Renova pediu prazo de 15 dias para dar resposta a uma série de reivindicações dos atingidos.
 
“Este prazo terminou ontem e não obtivemos nenhuma resposta da Fundação Renova. Agora chegou a hora de traçarmos uma nova estratégia de ação”, explicou hoje pela manhã o presidente da Colônia de Pescadores Z-12, de Baixo Guandu, Claudio Marcio Pereira de Alvarenga, que organizou a reunião de amanhã.
 
O encontro das associações ocorre a partir das 10 horas, no auditório do CRAS, localizado ao lado do estádio Manoel Carneiro, com presença confirmada de pelo menos representantes de atingidos de 12 cidades do Espírito Santo e Minas Gerais.
 
O presidente da Colônia de Pescadores Z-12 explicou que diversas classes atingidas pela lama da Samarco estarão presentes, entre eles de pescadores, artesãos, peixeiros, carroceiros e comerciantes. Foram convidados também prefeitos da região e representantes do Ministério Público do Trabalho e das Defensorias Publicas da União e do Estado.
 
Os atingidos pela lama da Samarco querem respostas da Fundação Renova a uma série de reivindicações, entre elas o pagamento do lucro cessante, o retroativo do auxílio emergencial e o reconhecimento de atingidos com processos paralisados.
 
“Precisamos de respostas da Renova, que pediu um prazo de 15 dias e não cumpriu o combinado, assim como fez com o TTAC assinado com o Ministério Público. Vamos discutir no encontro de amanhã quais as estratégias de ação a partir de agora”, falou o presidente da Associação de Pescadores Z-12, Claudio Alvarenga.
 
Convite
Hoje pela manhã o presidente da Associação de Pescadores esteve no gabinete do prefeito Neto Barros, convidando-o a participar da reunião de amanhã. Outros prefeitos do Estado e de Minas Gerais também foram convidados.
 
O prefeito Neto Barros confirmou presença e reafirmou o propósito de luta contra a ineficácia da Fundação Renova em reparar os danos materais, ambientais e sociais provocados pela lama despejada no rio Doce em 2015.
 
Segundo o prefeito de Baixo Guandu, o município não recebeu, desde 2015, nenhum centavo da Fundação Renova em consequência do desastre ambiental. E em carta datada de 4 de janeiro, a Renova ameaçou o prefeito Neto de processo judicial, em função de manifestações dele ocorrida em reunião, realizada em novembro, do Comitê Interfederativo.O prefeito de Guandu é o representante dos municípios capixabas no Comitê.
 
“A Fundação Renova é uma farsa, está tentando ludibriar os atingidos pela lama da Samarco. Esta ameaça de processo só fortalece nossa luta contra o crime cometido em 2015 no rio Doce e agora, com a grande tragédia de Brumadinho. É hora de darmos um basta em tanta inconsequência”, avalia o prefeito Neto Barros.
 
Baixo Guandu foi uma das muitas cidades atingidas pela Samarco em 2015, quando milhões de toneladas de material tóxico foram despejadas no rio Doce em consequência do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, com registro de 19 mortos. A lama praticamente exterminou a vida aquática do rio Doce, tirou a renda de milhares de pessoas e trouxe uma crise econômica gigantesca em dezenas de municípios.
 
Agora a tragédia se repete em Brumadinho, Minas Gerais, com rompimento de outra barragem de rejeitos, que contabiliza mais de 300 mortos e prejuízos a milhares de pessoas. A tragédia de Mariana não serviu de aprendizagem à irresponsabilidade da Vale.


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