Author: Dionimar Martinelli

O médico veterinário Gabriel Barbosa Holz, de 28 anos, apresentou para a equipe técnica de referência do agravo de Leishmaniose da SESA – Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, a planta do protótipo de Armadilha Reciclável de Energia Renovável desenvolvido na Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de Baixo Guandu.

De acordo com Gabriel, o desenvolvimento da armadilha para captura do mosquito Asa de Palha, transmissor da leishmaniose, surgiu da necessidade de aquisição de armadilhas mais eficientes com custo menos oneroso para o município, sendo que, atualmente armadilhas para esse fim chega a custar mais de mil reais.

“Seria necessária a aquisição de muitas armadilhas para monitorar todos os pontos necessários no município sendo inviável pelo alto custo de investimento e manutenção. Com o protótipo que atualmente estamos desenvolvendo, a partir de materiais recicláveis e energia solar, conseguimos reduzir consideravelmente o custo de aquisição e manutenção das armadilhas”, enfatizou o médico veterinário Gabriel.

Foram criados 8 protótipos com uso de coolers de computador e materiais pet, até que se chegasse ao projeto atual que além de utilizar materiais recicláveis tem sua fonte de energia através de uma placa de energia solar. A armadilha passou por testes de eficiência dentro da Unidade de Vigilância de Zoonoses, para verificar a capacidade de duração e sucção de insetos, sendo aprovada para testes em campo. “O diferencial da nossa armadilha é a fonte de energia solar, que foi uma ideia do Médico Veterinário do Núcleo de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Colatina, Augusto Marchon Zago”, destacou Gabriel.

Após a apresentação a referência do agravo de Leishmaniose da SESA, o protótipo começará a ser testado em campo nos bairros com maior incidência da doença. Com os dados obtidos a partir da captura do mosquito Asa de Palha ou Aedes Aegypti, por exemplo, será possível através de estudo determinar a curva de incidência, ou seja, em qual época do ano há maior reprodução do inseto, tornando mais previsível e eficaz o combate com o uso de inseticida dentre outros meios.

O aplicativo “VigiPet” de gerenciamento de animais domésticos, desenvolvido por servidores públicos de Baixo Guandu de forma independente, despertou a atenção da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo pela facilidade de acesso a dados precisos e importantes que revelam a quantidade de animais no município, assim como a localização de cada animal e o tutor responsável.

Na tarde desta quinta-feira (02), o Médico Veterinário responsável técnico da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) Juliano Fernandes Alves e o Coordenador Executivo do Setor de TI da Secretária Municipal de Saúde Felipe Wagner Marques, desenvolvedores do aplicativo, apresentaram o sistema para a equipe técnica de referência do agravo de Leishmaniose da SESA – Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, que ficaram impressionados com a estrutura do aplicativo e as funcionalidades que ele oferece, no monitoramento de animais domésticos.

Na reunião os representantes da Secretaria Estadual, Subsecretário de Estado de Planejamento e Transparência da Saúde José Tadeu Marino, o Gerente de Vigilância em Saúde Orlei Amaral Cardoso, Referência Técnica da Leishmaniose na Secretária Estadual de Saúde, Juliana Tovar e servidores da Tecnologia da Informação do Estado, demandaram sobre as funções do aplicativo e a importância dele para o gerenciamento e coleta de dados a nível estadual.

“O aplicativo surgiu da demanda do município em gerenciar o encoleiramento dos animais de forma online, rápida e organizada, para serem utilizados no futuro com ações mais bem definidas”, destacou o Médico Veterinário e um dos desenvolvedores do aplicativo, Juliano Fernandes Alves.

De acordo com Juliano, a ideia inicial do aplicativo surgiu da demanda que passou a existir no município em decorrência do encoleiramento dos animais domésticos para controle da incidência da Leishmaniose, que infelizmente ao longo dos anos tem sido constante na região. Em trabalho conjunto nas horas vagas com o Coordenador Executivo do Setor de TI da Secretaria de Saúde Felipe Wagner Marques, foi iniciado o desenvolvimento do aplicativo em junho de 2021.

Atualmente o aplicativo que é pioneiro se encontra na fase de implementação no município de Baixo Guandu com mais de 400 animais registrados com nome, foto, localização, características gerais, informações de saúde e dados do proprietário. “Após a fase de desenvolvimento do aplicativo iniciamos a implementação dele onde conseguimos ver os pontos a serem corrigidos e funções a serem aprimoradas”, enfatizou o desenvolvedor Felipe Wagner Marques.

Segundo o Secretário Municipal de Saúde Vinicius Dettoni Gobbo, com o cadastramento de todos os animais do município no aplicativo será possível identificar, por exemplo em qual bairro há o maior número de animais ou incidência de doenças. Podendo ser inclusive utilizado para estimar a quantidade de animais que devem ser vacinados contra a raiva. “A implementação desse aplicativo irá contribuir para um melhor gerenciamento e controle dos casos de Leishmaniose, tornando o nosso trabalho mais fácil e eficiente”, destacou o Secretário.

Os servidores da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) Sonealdo Mutz Pego e João Batista Carneiro, agentes de combate às endemias, participaram da reunião e destacaram a importância do aplicativo no monitoramento dos animais do município e como esse trabalho é realizado atualmente de forma manual.

O próximo passo será a apresentação do aplicativo junto à Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (SESA) ao ministério da saúde para implementação em outros municípios do país.