Diretor do SAAE diz que privatizar a autarquia prejudica o consumidor
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O grupo político que governou o município entre 2005 e 2012 tinha como meta entregar o SAAE ao controle da iniciativa privada ou, ao menos, transformar a autarquia em uma empresa de economia mista, com capital aberto, podendo promover a distribuição dos lucros entre os seus acionistas, pessoas físicas ou jurídicas.
Foram várias as tentativas de privatização, até que a Câmara Municipal acrescentou ao artigo 75 da Lei Orgânica Municipal, que trata da consulta pública, o parágrafo único, exigindo a aprovação popular para a criação, transformação e estruturação de empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e fundações municipais, o que significa dizer que o SAAE de Baixo Guandu só poderá ser privatizado, ou se tornar uma empresa de economia mista, com o ‘sim’ da população.
“Os guanduenses precisam entender e acompanhar, com maior senso crítico, esses movimentos políticos que pregam a privatização do SAAE a qualquer custo; qual o interesse que existe por trás disso?”, questiona o diretor da autarquia, Luciano Magalhães.
Tarifas
“Quando comparamos as tarifas do SAAE de Baixo Guandu com as de algumas empresas do mesmo serviço, que foram privatizadas, ou de economia mista, como a Cesan, podemos observar a diferença absurda entre os valores cobrados entre uma e outra”, revela Luciano.
“Hoje, a tarifa do SAAE de Baixo Guandu é de R$ 1,88, para residências, e de R$ 3,27, para o comércio, até 15 m³ de consumo. Para a mesma quantidade de água, a Cesan cobra uma tarifa de R$ 3,97 e R$ 6,09* (*Fonte: cesan.com.br), respectivamente, ou seja, praticamente o dobro”, explica o diretor.
Em outro comparativo, Luciano lembra que o SAAE, como autarquia, tem autonomia administrativa e financeira, mas não tem que dividir o lucro aferido com ninguém.
“O lucro é todo investido em melhorias do sistema, ampliação de redes e tratamento da água; se tivermos de dividir o lucro com acionistas, certamente quem sairá perdendo é o consumidor, seja pelo aumento da tarifa, seja pela precariedade nos serviços.
Nos últimos anos, investimos quase R$ 3 milhões em melhorias e ampliação do sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Destes, nem um centavo foi pago em forma de lucros ou dividendos a quem quer que seja”, esclareceu Luciano Magalhães.
Setenta anos em sete
Por Guilherme Augusto Zacharias
SECOM/BG
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